Morel Felipe Wilkon
O
Espiritismo caracteriza a obsessão como a influência de um espírito sobre
outro. O livro dos Espíritos, na questão 122a trata do tema:
- De
onde vêm as influências que se exercem sobre os espíritos?
-
Dos espíritos imperfeitos, que procuram apoderar-se dele, dominá-lo, e que
rejubilam com o fazê-lo sucumbir.
Essa
tentativa de domínio e o prazer decorrente disso é característica da obsessão
sexual.
A
História mostra que o sexo sempre esteve presente nos grandes dramas da
Humanidade. Nada movimentou tanto a civilização quanto o sexo. O sexo é a grande força motriz do processo
civilizatório. Como este processo foi concebido e dirigido pelo
homem, a mulher foi objeto sexual do homem durante milênios. Em contrapartida,
o homem foi chantageado sexualmente pela mulher por todo esse tempo.
Essa
situação de dominação e chantagem só teve fim com o surgimento da pílula
anticoncepcional, uns cinquenta anos atrás. O sexo deixou de representar um compromisso envolvendo maternidade e
paternidade. Sem o risco de uma gravidez indesejada, homens e mulheres se atiraram às aventuras sexuais livres. Como
consequência disso houve um aumento inimaginável de doenças, inclusive o
surgimento da Aids.
Essa
é a parte visível. O que a maioria não percebe, o que a maioria não vê, é que o
sexo se tornou definitivamente a ferramenta mais poderosa de obtenção de energia
por parte da espiritualidade inferior. São vastas redes espirituais organizadas
com o objetivo de vampirizar as energias dos encarnados. Os
desvarios sexuais e a pornografia são as maneiras mais eficientes e eficazes de
acesso às energias dos encarnados.
Mas
não deixaram de existir as obsessões comuns baseadas no sexo. Você sabe que para que qualquer processo obsessivo se
instale, é preciso que haja sintonia entre obsessor e obsediado. Dificilmente
alguém que exerça controle sobre seus pensamentos, palavras e ações será vítima
de obsessão.
Nas
obsessões baseadas no sexo um espírito desencarnado exerce o domínio sobre o
encarnado. O homem ou a mulher invigilantes, que se deixam levar pelos
instintos, tem suas tendências cuidadosamente examinadas pelo obsessor, que se
aproveita dessas inclinações para dominá-los. O encarnado chega a enfrentar
situações deploráveis. Suas atitudes fazem com que ele sinta vergonha de si
mesmo, e essa vergonha é ampliada se pessoas próximas tomam conhecimento de sua
situação. Essa obsessão se
caracteriza pela profunda simbiose entre encarnado e desencarnado. A
atração magnética entre eles é tão forte que sua sintonia vibratória confunde
ideias e sensações dos dois, a tal ponto que é difícil saber o que é de um e o
que é de outro.
Esse processo obsessivo pode ter continuidade em
outras reencarnações através da inversão de papéis. O
obsediado de ontem é o obsessor de hoje. A vibração inferior do desejo sexual animalizado torna-se o único
estímulo desses espíritos. Suas mentes resistem a qualquer
chamado ao progresso moral. Só as vibrações materializadas do sexo lhes
interessam. Os problemas gerados pelos desvarios sexuais exigem uma grande
mudança interna, uma sincera reforma
íntima, além de muito tempo para serem solucionados. A liberdade sexual
conquistada com a pílula é até hoje comemorada como um avanço. Por um lado esse
avanço é inegável. Mas também é preciso reconhecer que homens e mulheres não
estavam e ainda não estão preparados pra isso. Quanto mais livre se é, mais
responsável se deve ser.
Quando deixamos que prevaleça em nós o animal que
fomos um dia, somos facilmente atraídos pela espiritualidade inferior. Para
esses espíritos é fácil aproveitar nossas próprias tendências para nos
estimular exaustivamente. Conheço casos de pessoas que se transformaram em
verdadeiros trapos humanos pela exaustão, pelo cansaço físico, moral e
espiritual ocasionado pelo desregramento sexual.
As
consequências sempre são graves. Nenhuma outra energia vincula tão fortemente os espíritos envolvidos
quanto o sexo. O sexo é, antes de mais nada, energia atrativa e
criadora. Aqueles que se unem
sexualmente não estão se unindo apenas momentaneamente.
A
energia criadora do sexo nos impulsiona para o progresso. Passamos por um
momento histórico decisivo, um período de transição espiritual importante. Já
passamos por outras revoluções nos costumes antes. O estabelecimento do
cristianismo foi um desses momentos.
Caminhamos,
com muitos tropeços, em direção ao amor. Milhares de anos atrás, éramos apenas
homens e mulheres, machos e fêmeas. Hoje somos mães, pais, maridos, esposas. De
amontoados de pessoas em regime tribal, passamos para os núcleos familiares de
hoje, onde os papéis já não são estáticos como no passado. Dos casamentos
arranjados e forçados do passado, passamos para a ampla liberdade de escolha de
parceiros que temos hoje. Só temos que ser responsáveis…
Este artigo foi reproduzido do link abaixo:
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